to: Erica, Re Huber
date: Wed, Oct 28, 2009 at 12:55 PM
subject: lírio, fenda, falésia
amadas
: tudo esclarecido!!!!! ótimas novidades!!!! vão lá:
1) questão do projeto / trecho de obra: a info que recebi diz que, além do projeto de 2 laudas, podemos mandar, se quisermos, um anexo contendo trechos da obra, se isto servir para esclarecer o projeto; (me parece uma boa)
2) pessoa física ou jurídica: realmente, o edital do PAC/ProAC mudou esse ano: não há mais necessidade de vínculo com pessoa jurídica (editora) esse ano. O Diogo (mocinho muito bem educado com quem falei lá na secretaria da cultura) disse que a diferença entre escolher pessoa física e jurídica ficar por conta de optarmos entre cuidar de um aspecto burocrático ou não, ou seja, se deixamos a editora cuidar da burocracia (justificar despesas, etc) ou não. Me parece uma boa descubrirmos boas gráficas e orçar.
3) orçamento para pessoa física: ele disse que quanto mais detalhado o orçamento melhor. Ou seja, precisamos apresentar uma estimativa de a) impressão da gráfica; b) orçamento do designer gráfico; c) provavéis custos com lançamento; d) forma de divulgação (se vamos doar ou vender e se temos algum projeto de distribuição em livrarias ou outros lugares); ps. a tiragem mínima é de 1500 exemplares, mas podemos realizar uma tiragem maior se quisermos.
4) documentação de mais de um autor: o proponente (no caso, eu) deve levar a documentação completa, mas o Diogo disse ser interessante anexarmos à minha documentação, uma carta em que vcs se dizem comprometidas e participantes do projeto, e além da carta, o currículo de vcs, caso nós julguemos que os currículos vão pesar numa decisão favorável. (então, obviamente, vamos mandar nossos currículos todos!)
BOM HEIN?
vam'bora, mocinhas da minha amada vida!
próxima reunião no Maranus: dia 4/11, 4af, às 16h30. pauta: nosso projeto + paisagens desdobradas do pessoa + ricardo reis + texto paisagem llansol
é isso?
algo a mais que esqueci? digam digam
amo vcs
beijos
da rosa-empolgada
from: erica zingano
to: Roberta Ferraz, Re Huber
date: Wed, Oct 28, 2009 at 6:03 PM
subject: Re: lírio, fenda, falésia
queridas
rô arrasô
uau
acho que é isso sim da lista dos textos
hoje estou meio de mau-humor
sorry lindas
então amanhã quando estiver revitalizada escrevo com mais simpatia
sobre tudooooooo
tá?
um beijo e ahhhhhhhhh
essa é uma felicidade boa
ez
from: Renata Huber
to: erica zingano, Roberta Ferraz
date: Wed, Oct 28, 2009 at 9:55 PM
subject: Re: lírio, fenda, falésia
nosso livro e seja lá o que for
é palpável
úmido de texto
atravessando desertos
sim queridas
siiiim
fendas e ondas
rebentações
beijo amoroso
rê
from: Roberta Ferraz
to: Erica, Re Huber
date: Thu, Oct 29, 2009 at 1:01 PM
subject: aqui
coordenadas:
+ 36o 59' 13.29''
- 7o 57' 38.87''
esse lugar
ps. a bolinha 'o' é = grau
from: Roberta Ferraz
to: Erica, Re Huber
date: Thu, Oct 29, 2009 at 1:02 PM
subject: FW: aqui
o que é:
lírio branco se abrindo em fenda, falésia
e portugal
from: Roberta Ferraz
to: Erica, Re Huber
date: Thu, Oct 29, 2009 at 1:43 PM
subject: ais mais
gajas
não aguento: tenho que mandar
são algos de minhas primeiras inquietações, sobre nosso lírio, fenda, falésia
já pensando naquilo de cada uma levar um parágrafo, uma interrogação, algo, pra o próximo encontro
eu consegui elaborar assim, só isso consegui agora
os mares estão grossos os canais abundantes e eu náufraga sempre sobrevivente
sem ainda vislumbre de terra à vista - amando a tempestade
amo vcs
from: Roberta Ferraz
to: Erica, Re Huber
date: Thu, Oct 29, 2009 at 1:43 PM
subject: RE: ais mais agora sim
agora sim vai o texto
lírio, fenda, falésia, 1
idéia: grafias da paisagem, que passam pelo encontro de três mulheres, três – trio, trindade, trinca
– que, no encontro, doam, contagiam, espraiam um reservatório de imagens, de vivencias em
estâncias – ou seja, paisagens – em que as três interseccionam, no encontro, e habitam;
eu trago uma paisagem, uma paisagem em leque, composta por diversos adubos de imagens, e
assim, meu corpo – cave desse leque – aponta para uma linha – grafia desse corpo – que se joga ao
mundo como paisagem – intersecção: escrita
há essa trindade espacial – corpo, paisagem, escrita – em cada uma de nós, que, dando as mãos,
os seis braços, abrem o lírio, leque, de outra confluência do 3 que passa então a ser 3x3 = 9:
corpos, paisagens, escritas – 9 que é número último no sistema decimal, número último que aponta
para todas as multiplicações, para um infinito...
basta então três mulheres se encontrarem para um vislumbre do infinito?
o três é então ainda a sementeira da criação, pensando nas mais diversas narrativas míticas da
formação do homem e do cosmos?
e o que é esse encontro HOJE neste espaço AQUI de 3 mulheres que somos NÓS? é o encontro
um lampejo de uma busca de ultrapassarmos nossos corpos, paisagens e escritas? é o encontro
uma rota de sobreposição e confluência do que carregamos no nosso silêncio unitário? e sendo
assim, por que nós, por que nós e não outras de nós? que imagem é essa que nos atravessa? quais
sentidos?
penso agora nas forças, vértices, linhas de tensão que eu posso trazer – penso agora em dedilhar
meu corpo AQUI HOJE E AGORA, minhas paisagens, minhas grafias: penso em dá-las, doá-las a
vocês pra que a navegação da troca surpreenda os cálices cristalizados, esse hábito de sermos nós
mesmas –
trago:
- as escarpas abruptas – essas falésias – como corpo-desejo em contato de terra e água: como ser
mulher na situação falésia? Água mole em pedra dura tanto bate até que fura? Por que é que eu
resisto e empino as pedras de minha degradação ao sol, sendo tanto a água que desgasta como a
montanha que não cede?
Toda a urgência de dizer o feminino, dizer mais, mais do que já foi dito, não numa constância
de
briga política, num apelo de direitos, numa facção de sair às ruas... não isso: dizer a mulher,
a virgem, o corpo que tocado guarda uma gruta: sabendo ou tentando saber a hora de não
dizer, a hora cálida do segredo, mas escavar esse corpo-paisagem-escrita que é ser mulher,
e voltar ainda à questão: haveria um texto feminino? Um texto-fêmea? e não traria ele, se
existir, marcas e moendas de uma palavra-fenda, de uma palavra-falésia? Por que é que
não consigo desacreditar que não haja o texto-fêmea? que convenções, heresias e ritos se
camuflam por trás das denominações culturais como ‘macho’ e ‘fêmea’? e quando chegamos
no corpo: não chegamos na diferença, numa outra paisagem, numa outra escrita, então?
o que é isso de sermos mulheres-de-escrita, mulheres-que-escrevem, mulheres-textos, em novo
século XXI? o que nosso dia-tempo nos dá e nos tolhe? como continuamos a amar? que linha-isca-
novelo daremos ao amor? que jogo de equilíbrio se dá entre o tripé corpo-paisagem-escrita em nós
mulheres urbanas de metrópole? por que é que nos unimos? e, mais, por que é que nos unimos
nisso que é a palavra? que testemunho de quais paisagens ansiamos nessa tessitura a 6 mãos?
meus primeiros melindres adentram essas cavidades
from: erica zingano
to: Roberta Ferraz, Re Huber
date: Thu, Oct 29, 2009 at 1:47 PM
subject: Re: ais mais agora sim
queridas,
podem mandar
acho que podemos ir trabalhando por e-mail!
estou aqui com a llansol no colo escrevendo
num descanso das ideias olho mais tarde para sua aproximação
hoje tive um sonho MUITO louco
o nascimento de um poema em S
serpentina de retornos
LOUQUÍSSIMO
tem a ver com a gente, sinto
mando mais tarde alguma coisa!
ahhhhhhhhh
beijos nas duas,
ez
p.s afi, ontem mau-humor foi terrível... hoje estou de ótimo humor
e trabalhando
adoro
gajas
adoro gajas!
from: erica zingano
to: Roberta Ferraz, Re Huber
date: Thu, Oct 29, 2009 at 1:56 PM
subject: Re: ais mais agora sim
rô explica isso de coordenadas babe,
adorei!
onde vc viu isso?
bez
from: Roberta Ferraz
to: Erica, Re Huber
date: Thu, Oct 29, 2009 at 2:14 PM
subject: RE: ais mais agora sim
conseguiram localizar as coordenadas?
põe google maps imagem satélite...
é uma revelação...
from: Roberta Ferraz
to: Erica, Re Huber
date: Thu, Oct 29, 2009 at 5:47 PM
subject: RE: cidada instigado
facilitando a vida dessas marujas:
http://maps.google.com.br/maps?sourceid=navclient&hl=pt-BR&rlz=1T4DABR_pt-BRBR259BR264&q=%2B+36+59
é só clicar, aproximar e ver o lírio, fenda, falésia
no sul de portugal
a nossa espera
amo
vou agora pra llansol tambem, tu aí e eu cá
kiss
from: Roberta Ferraz
to: Erica, Re Huber
date: Thu, Oct 29, 2009 at 5:50 PM
subject: FW: cidada instigado
o ponto marcado em
A
é o centro das coordenadas
o pistilo erótico da flor
lírio d'água pra naufragarmos
mais uma vez na beleza
from: Roberta Ferraz
to: Erica
date: Thu, Oct 29, 2009 at 7:09 PM
subject: dupla, trinca ou quarteto de cordas - enforcamentos?
começo aqui, na tua deixa:
http://grandefarsa.blogspot.com/2009/10/didascalia.html
desconfie das pessoas que falam
muito devagar, é uma preparação de um bote,
tenho certeza.
eu vi haver ali um tu e um ela
um canto melindrado de passado
nem elegia, nem espanto:
era
o
teu
cansaço
começo a seguir a vaga de tua lua em casa oitava
me apaixono pelo suscinto-simples das frases
enamoradas na tua enumeração
sei que não falas de mim
não sei
não interessa saber
- importa essa entrega da absoluta
falha
que haverá sempre entre as partes
e o todo? sempre
(não acredito que quem não ame as falhas
possa amar a beleza)
e senti ali no fim da noite
uma certa hipnose ao contrário
teu pé em falso margeando a encenação
de uma amiga vinda do longe
um disconfiômetro, um termômetro, uma medianiz
gosto de tuas palavras
dos caixotes ali nelas
enumerados em segredo
minha querida amiga amígdala
e seu mapeamento do erro
dos contatos
bjs
from: Renata Huber
to: Roberta Ferraz, erica zingano
date: Thu, Oct 29, 2009 at 7:11 PM
no subject
Queridas,
Segue o que me veio, entrecortado de imagens.
Amo vocês, de um infinito sem pressa...cheio de angústia boa e asas ao enconto...
Beijo beijo
Rê
Lírio, Fenda,
Falésia
A palavra acontecida, o instinto ao alvo que nos fere, com a lucidez de suas
flechas, abre fendas e se instaura. No corpo paisagem, desconhecido de
nós mesmas, aguçamos um prelúdio, roçamo-nos a escrever, em cartas e
poemas, a história dos desejos, o genesíaco espasmo de ser mulher e saber,
por impostura, a vida loba que nos rege. Aos tapetes vermelhos, digo, à
infantaria real dos que nos julgam passar, matronas grávidas erguendo
bandeiras, respondemos com sangue. É de sangue nosso palco, de sangue o
rastro que escrevemos a vida que ousamos, fendendo a terra com as mãos.
Minha bandeira, aquela, dos femininos ideais, é um trapo, um espantalho
escangalhado que o desejo esburacou, um velho lençol cheirando a cigarro.
Agora que os pássaros se aproximam, digo que sim, que ali, onde puseram
o medo, eu descobri o desejo. “Onde ronda o tabu, há desejo”, diria Lacan,
e eu me pego a pensar na escrita, no tabu que me ronda as mãos, tantas
vezes trêmulas. Essas mãos, proibidas de tocar, essas mãos sonolentas,
que agora invento e me acontece, são asas, palavras úmidas de gozo que
partilho com vocês, tocando o corpo paisagem que eu sinto estando aqui.
Somos três, três mulheres essa tríade constelada de desejos. Somos três
e um cadáver, esvoaçando nossos véus, três parcas na floresta, onde há
muito começamos. O fulgor alheio nos chamou. Quando súbito despimos
o corpo baço de ilusões, o alheamento era um barco, um horizonte de
brumas ondulando em nossos ventres. Floresta, barco, falésia. O que nos
une aqui, o quem somos Nós na hora fenda dos encontros, é toda a terra
escoar-nos, todo o líquido das raízes, em libido e aspersão. Há um rumor
de fonte, espécie inúmera de lábio que me olha numa flor. Lírio ou lábio,
é sempre um leque nas virilhas, um delta em vida desaguando, a memória
entrecortada. E quando vejo, falésia, minhas ancas erodidas em outra
paisagem.
from: erica zingano
to: roberta ferraz, renata huber
date: Thu, Oct 29, 2009 at 11:39 PM
subject: variação 1
o nome:
fio, fenda, falésia
fios, fendas, falésias
fio, fenda, falésias
fio, fendas, falésia
fios, fenda, falésia
bez
from: erica zingano
to: roberta ferraz, renata huber
date: Thu, Oct 29, 2009 at 11:52 PM
subject: Re: variação 1
VAMOS FINCAR NO F?
SSS / PPP
FIO, FENDA, FALÉSIA / FIOS, FENDAS, FALÉSIAS
SPP / SSP
FIO, FENDAS, FALÉSIAS / FIO, FENDA, FALÉSIAS
SPS / PSP
FIO, FENDAS, FALÉSIA / FIOS, FENDA, FALÉSIAS
PPS / PSS
FIOS, FENDAS, FALÉSIA / FIOS, FENDA, FALÉSIA
BEZ
from: Roberta Ferraz
to: Erica, Re Huber
date: Fri, Oct 30, 2009 at 10:10 AM
subject: RE: variação 1
eu gosto de:
FIO, FENDA, FALÉSIA
FIO, FENDA, FALÉSIAS
bjooooooooooooooooooo
from: Roberta Ferraz
to: Erica, Re Huber
date: Fri, Oct 30, 2009 at 11:02 AM
subject: regalo em broche
amadas, retomei o curso de um curso-livro-sangue
estava desatenta, sem conseguir distinguir o que queria
gostei dos textos todos enviados, re ez, todos
e agora regaleio-vos com isto
esse é o meu texto-matriz
pro nosso fio fenda falésias:
médéia
acronia-tripé: fuga que rejuvenesce
from: Roberta Ferraz
to: Erica, Re Huber
date: Fri, Oct 30, 2009 at 12:06 PM
subject: outro tripé
broche - bruxa - brocha
from: erica zingano
to: Roberta Ferraz, Re Huber
date: Fri, Oct 30, 2009 at 12:30 PM
subject: Re: outro tripé
querida
prefiro o F
bem grande de
ferramenta
ferragem
frouxo
do que brocha
brocha é FODA
f de FODA é bom
acho que é por aí!
estou por aqui
retardatária como sempre
com a llansol no colo
eu trabalho nos intervalos
os lampejos
de pensamento
beijos em vcs
até mais tarde,
na hora
de um blupt
qualquer
ez
ps. sugestão, eles dizem sobre o currículo de agregar jornais etc
ACHO LEGAL a gente já separar um monte de coisa
pra irmos agregando
a rê com o trabalho com a denise
a rô com capa de livro etc
e eu me viro por aqui com as outras coisas minhas tá girls?
from: Renata Huber
to: erica zingano, Roberta Ferraz
date: Fri, Oct 30, 2009 at 2:50 PM
subject: brochuuuras
queridas,
meus horários estão trocados
e eu acordo para o almoço
em atraso de trânsitos
perdida
sonhei com o mouro
que vocês conhecem
e leio brocha
estranho
estanco e vou às carnes
andar o bairro em digestão
o dia será longo
de inventários e brochas
(rs)
estarei na rua ruminante
e volto à noite
nos lampejos
bjs
ps1. como é isso de jornais ?
e as coordenadas ?
ps2. a paisagem segue ez, rô, em aberto como o corpo,
vago amplo nos estados, movimentos de espírito...
from: Renata Huber
to: erica zingano, Roberta Ferraz
date: Mon, Nov 2, 2009 at 12:15 AM
subject: fendasferidas
queridas,
gostei do fio
sugestivo
das idéias tessituras
rebuscando o sssom
às vezes me pergunto
me ponho dialética
e quero correr
fugir da doida que me desce
a deidade ordenatriz
o que ela diz é mais ou menos
em nome do pai
amém !
enquanto kant reverbera
e me quer....
eu hein !
passou...
tudo passa com Nietzsche e começa o perigo, os radicalismos que eu suspeito, suspendo, raios ! Porque não vamos para o deserto e porque, ao perguntar porque, meto o não antes do verbo e o verbo na terceira, ah ?
tateio...
o de dentro ?
o vós ?
os nós ?
ando assim
com um ponto de interrogação
uma asa inflamada
uma ferida
e beijo-lhes a ferida, a asa, o ponto,
onde quer que Ele esteja
beijos e até
rê
from: Roberta Ferraz
to: Re Huber, Erica
date: Mon, Nov 2, 2009 at 12:23 PM
subject: RE: fendasferidas
fofuras
eriquetaaaaaaaaaaaa te liguei, tu não atendestes, ok, eu sei que sou perigosa
mas eu só queria dizer: eu e marcelo quase choramos
ao ler o aestheticum convivium da llansol, sim, o vento arregaçou a tripa das janelas
e entrou belo e feroz, e a gente sorriu
foi bonito, sábado, cerveja, edgar poe, llansol, drummond...
e nisso tudo, re minha linda
a coisa ali na fala da llansol: sexo de ler, sexo da escrita
FODAM-SE OS PORQUÊS
a não ser quando a foda dos porquês seja desejo
e quando os porquês forem cintaligas de azeviche serpentenado as páginas
com seu corpo de interrogação
no mais, o sentido, obtuso:
uma grande esplanada de silêncio
lugar impercorrível, lugar de elo-além
enquanto isso, na nave-corpo, a experimentação da paisagem
o diálogo de seiva e sangue com as palavras que se desdobram a partir
de uma outra palavra ou imagem ou ainda mais paisagem:
papoulas num campo a cavalo
dia solar
e a comunhão do sexo das leituras
a gata tigrada bebendo água nos meus olhos
essa sinestesia-transe-lsd-comunhão da beleza das coisas
as coisas belas que são ainda mais reluzentes e belas quando vêm com e nas
palavras
não acham?
sim, há os momentos sentinelas dos porquês
e há os momentos dervixes dos 'porque sim'
e há os momentos do pai do 'porque não'
e há
há a saudade disso tudo
de querer a vida pra viver em partilha
dizer tantas mil vezes as palavras
ao pé da boca do ouvido das mãos
pegar nas mãos e dançar as cadeiras
passar as tardes dizendo o sexo de ler
o sexo de ouvir
o sexo evasivo de estar-com-palavras-nos-dentes
uma junto da outra, nosso triângulo egípcio
de amor e desbunde
4af, re-proposta: havíamos marcado às 16h30 no maranus, certo? minha idéia é encontrarmos as 16hs no cinema da vila, porque às 16h10 tem o filme novo do manuel de oliveira, e nós sabemos, quão parcas são as chances de vê-lo... então podíamos encontrar lá. o filme é curto, às 17h30 já acabou. aí seguimos pra o maranus, ok? só uma outra coisa, eu tenho atendimento às 14hs, então vou chegar no cine exatamente as 16hs. será que alguém consegue chegar antes e comprar pra mim?
rosa
from: Renata Huber
to: erica zingano, Roberta Ferraz
date: Mon, Nov 2, 2009 at 6:19 PM
subject: Re: fendasferidas
queridas,
passei o dia escutando Cohen
e um deserto de outra cor reascende os porques
enquanto vago, cavalgo, sopro as sombras silhuetas
das sentilenas histriônicas
a paisagem influxo dos corpos em diálogo
a comunhão da paisagem em janelas movimento
o rastilho dos trens escandidos a vapor
e é outro, sempre outro
o desejo que interroga....
amei a foda dos porques rô
quem sabe o hímen das donzelas
hermenêuticas e suas flautas
obtusas trindades
trincas novamente
triângulo em leque de leituras comungadas pelo ermo
deserto outro dos dervixes que se aventam aventuram
o mais, de sempre
essa vontade de abraçar
ó mulheres, mulheres
a pele sexo das palavras
o úmido sortilégio
dos leques escorrendo
tecido eros
erótico
manto amoroso
(a não violência me chama, preciso dizer, depois, não importa quem ouça...preciso dizer...)
beijo-lhes as feridas e me pergunto por Ele
maiúsculo sim senhoras
que me ordenha
sssss
mais beijos e sim, na quarta sim
manoellll d´oliveira
amor
rê
from: erica zingano
to: Roberta Ferraz, Re Huber
date: Wed, Nov 4, 2009 at 1:14 PM
subject: Re: poema em fs
queridas,
li agora o rasante ana c,
(texto da rô)
FODA muito bom
acho que vc devia publicar em algum lugar
e como ando angustiada
a escrita tirando o sono
mando os 2 artigos que passei esses últimos dias revendo
e reescrevendo
(pq pra publicar tem que olhar e olhar e olhar e olhar!
são textos de mais de um ano de escrita e muita remexida
que vou colocar no mundo agora)
putz, descobri muitas falhas de transcrição de não observação
como eu sou desatenta
argh!
mando pq acho que eles dialogam com o seu rô
um é bem grandão 19pg
e o outro é médio 11pg
em parte é por isso meu mau-humor
meu cansaço
minha impaciência
falta de corpo-amor
e só olhando pros textos
seca seca seca
a vida lá fora
é essa a angústia
um beijo
até daqui a pouco
ez
from: erica zingano
to: renata huber, roberta ferraz
date: Mon, Nov 2, 2009 at 9:43 PM
subject: poema em S
nós três
ao redor da mesa
ao redor do texto
ao redor da luz
encobrindo
as palavras pronunciadas
ora por mim
ora por ela
ora por você
– por ninguém
simplesmente o silêncio
em volta de nós
o silêncio
do poema
desdobrando-se sobre si mesmo
(a cena não existe
senão em sonho)
onde nós,
três sibilas, sílabas
sem rosto
somos responsáveis
pelo poema
sem nome
sem tempo
sem lugar
seu único vestígio
é a sua forma em S
desenhada há séculos
por um desconhecido
o poema em S
siderado silvo sibilino?
repetição, repetição
em diferença
em nossas mãos
uma corda onde seguramos
em cada ponta
o ir e vir descontínuo
da paisagem
tudo é circulação em movimento
sons e sentidos
from: erica zingano
to: renata huber, roberta ferraz
date: Mon, Nov 2, 2009 at 9:47 PM
subject: Re: poema em S
(anoto, ao acordar:
poema em S
repetição e retorno
em diferença
era por causa do pessoa um texto
chegava de portugal um texto
eu ficava elaborando no sonho
esse poema em S)
queridas, mando o poema em S
sonhado e cintilante
acendendo em nossas mãos
na leitura/ feitura
era um líquido seiva que corria nas curvas
em cada volta
nós três
ui
foi assim que sonhei e vi nosso elo
no fio, fenda, falésia
(talvez seja como entro, procurando entrar nesse delírio
de S... era tão claro
o poema em S no sonho
ahhhhhh
sonoros fios
estou aqui com o rilke
no delírio
beijos
ez
from: Renata Huber
to: erica zingano, roberta ferraz
date: Tue, Nov 3, 2009 at 10:47 PM
subject: Re: poema em S
queridas,
são tantas janelas ao mesmo tempo
mas sigo, sem ter lido o reis, com a llansol agora, novamente, nesse convívio maravilhoso, textual, em s, paisagem ...
amanhã estarei corrida
se não chegar a tempo do manoel, encontro vocês depois
beijos
rê
from: Roberta Ferraz
to: Re Huber, Erica
date: Wed, Nov 4, 2009 at 9:55 AM
subject: RE: poema em S
ok amores
essa semana está mesmo assim, rápida, esguia, cheia de sssssss
o poema em s se diz
desliza
levo também
como o resssssto
hj eriqueta estarei 16hs no manoel
cierto?
saudades das fofuras
beijo
from: Renata Huber
to: erica zingano, Roberta Ferraz
date: Wed, Nov 4, 2009 at 11:02 AM
subject: Re: poema em S
marinheiras queridas,
o fogaréu aqui tá brabo
o dia fora dentro azul
mas cinza em algum lugar
não sei
um cansaço de tristeza
de apagar as vozes ladainhas
do que não se arranja
se arranja não
não se arranja
tem ladainha que é assim
buraco sem fundo sem saída
mas aqui
o nosso
puro desejo
ainda bem que existimos
(a que será que se destina
a cajuína...
como é mesmo a música ?)
amo vocês e queria assim
essa alegria assim
atravessando onde o amor
fica apertadim
difííiicil
ai
agora vou no vô
depois na denise
e vejamos
ligo de lá
se der tempo chego a tempo do filme
beijosss
rê
from: Roberta Ferraz
to: Re Huber, Erica
date: Thu, Nov 5, 2009 at 2:14 PM
subject: não vou dizer nada
e
nem vou escrever muito
dia-a-tricô
verve obscura
muito mio ontem pela madrugada
hoje o dia de roupão entre as gatas
uma cara de amurada
um desejo de veleiro, solidão e mar
e pensando, em contra-tempo,
as nossas coisas-poesia, e indo ler a llansol do texto-erica,
mando
um 'assim'
jeito que eu pensei nosso projeto
(mais uma folha solta para nossa justificativa)
noutro mail ao lado repasso proposta de datas finalizadas pra tudo que advir há de vir
beijos
de dia
estranho
nas
entranhas
r.
ASSIM:
Queremos nos misturar, queremos ansiosamente lembrar como se chega à pele
uma da outra, na própria pele da outra, queremos essas mãos sujas de tinta, essas
mãos em papel, em papéis laqueados, como uma dobradura etrusca guardada
cadente no complicado arremedo das veias no corpo de uma mulher
Dizemos com nossas palavras que as vestimentas são cambiáveis, que os olhares
são amorosos e que as pernas podem muito bem ajudar as pernas na escalada, não
escalada de espaço algum: escalada de paisagem, essa filigrana que tudo abarca e
acolhe e esse sexo
Que tudo justifica e que aqui nós rejuntamos, passamos manteiga, escrevemos de
mãos dadas com outros pórticos, vislumbramos um mar cujas ondas são línguas,
línguas de homens de mulheres de crianças de anjos de árvores de gatos de sapos
de rãs de coelhos de ervas de caldeiras de passados de avenidas de São Paulo
Esta é uma cidade e aqui nos encontramos cercadas por pinheirais,
aqui nesta cidade vagueamos nossos corpos por linhas não enxutas,
atravessamentos sensoriais, cheiros, copas, florescimentos, aqui nesta cidade,
circulamos as tardes, lemos, ouvimos a voz chamar e interrompemos a lógica
verticalizada dos edifícios colocando os pés e os troncos nas calçadas, deitando nas
ruas, deixando o luar
É nesta cidade que nossos corpos se emprestam, é aqui e agora uma inflexão de
mil e uma existências que são mais existentes porque damos a elas a impressão
da língua, damos o colo da língua, damos a língua ao regaço e assim a língua viaja
pluri-ferada ferina com suas asas de páginas
Para o grande momento do contágio
Nestes teus olhos / (molho) / Nesta tua própria cama
from: Roberta Ferraz
to: Erica, Re Huber
date: Sat, Nov 7, 2009 at 1:50 PM
subject: s
aestheticum convivium de nós em s
projeto-plano-pilotagem-naútica-áerea-paisagem
beijos de amor
ps. o texto nasce após o texto
da llansol da érica
S
Uma diz – não sabemos se há o alvo, mas temos que desenhar uma flecha,
A outra – sim, mais de uma flecha,
E outra – e soltá-las pelas paisagens, assim, ver que desvio vão tomando,
E outra – e há de haver o eu e o nós,
Uma diz – quando desenharmos o desenho da seta, há de haver os lugares, as intenções,
A outra – as intenções não precisam de esquadros, estão plenas de desejos,
E outra – ainda assim convém imaginar o alvo, o alvo a dizer,
Uma diz – para que talvez, os outros, os derramados em nós, em nós possam abrir o
descampado,
E uma – e então se desapegarem de nós, deixando aquilo que era peia ser só semente,
E outra – retornamos às paisagens, trocamos códigos, embaraçamos palavras,
E uma – muda o registro,
E uma – sim, um plano inicial de dizer, um plano-pluma que não contemple verdade,
A outra – porque depois somos sempre livres,
E outra – porque depois é um lugar sem alça,
E uma – sim, depois o que é é o nós, deitado sobre a água dos nossos desejos jogados ao
fogo,
A outra – isso não pede justificativas,
E uma – isso pede uma lança, uma lança clara, concreta, feita com os espasmos, dita,
E outra – isso pede um compromisso, uma decisão, um pingo de sangue na folha entregue,
E outra – iremos agora aos cactos, aos cacos que comporão a seta,
E uma – eu gosto de imaginar o sol como alvo,
E uma – sim, algo como um despossuir-se, em direção a um sistema de irradiação,
E outra – uma pura doação de calor,
E uma – uma sinestesia sem explicações,
E uma – um feixe das fendas que o nosso corpo oferece à claridade,
E outra – isso, isso, iremos olhar para trás,
Uma diz – eu prefiro o olhar as frentes, as frondosas frentes,
E uma – eu posso ficar à vontade no nódulo central da gangorra, e oscilar,
E uma – eu preciso olhar para trás,
E uma – mas quero juntar-me e depois perder essa precisão,
E uma – e outra – e diz –
De novo, eu te recebo em nossa casa
from: erica zingano
to: Roberta Ferraz, Re Huber
date: Thu, Nov 12, 2009 at 7:39 PM
subject: Re: s
queridas,
rô meu amor
esse seu poema ficou FODAAAAAAAAAA
mando pra vcs um poeminha assim-assim
de fim de dia para dar uma alegriazinha besta
mando primeiro o texto-parágrafo, que é processo
(algumas vezes, antes de chegar
ao poema escrevo em prosa
outras não, como esse nasceu assim
mando para compartilharmos
maneiras de tocar a linguagemmm
mas o que vale mesmo é o poema tá?)
Entro na floresta de pés descalços. A terra, umidade da noite, circula a água em seiva, por entre as raízes. Não posso descrever a sensação do contato da pele com a terra, porque não há distinção entre as superfícies, eu sou pele-terra assim como a terra também é pele, somos um único ser de matérias de cores indistintas, branco, verde e marrom
floresta, adentro
de pés descalços
(a terra umedece a noite)
água
de seiva
de suor
de saliva
– circulação
entre raízes
sem descrever
o contato é penugem
folhas, ramagens, cipós
epiderme de sinais
crosta de camadas
permeáveis:
branco,
marrom e verde
indistinção
à superfície
from: Roberta Ferraz
to: Erica, Re Huber
dateFri, Nov 13, 2009 at 6:18 AM
subject: RE: s
ez
amada
tua noite revigorada em terra úmida
acolhe meus pés também descalços e calejados
é como se eu bebesse água pelos pés
em teu poema
lindo
lindo
ps. madruguei, acho que expectativa-tensão-malabarismos. acordei 6h40. estou com sono mas não durmo. é assim. uma bobeira, até: ficar agitadinha no pré-aniversário. mas eu fico, fico. acho que vou pôr música e arrumar o escritório, arrumar os livros. depois fazer uma boa faxina no meu armário, separar roupas pra dar. ligo-te mais tarde. seu poema segue em mim, revigorando. revigorando.
rosa
from: Roberta Ferraz
to: Re Huber, Erica
date: Mon, Nov 9, 2009 at 12:03 PM
subject: fio, fenda,,,,
oi amores
queria tentar só pré-agendarmos nossas coisas. já mandei email pro feso (que teve uma idéia genial de design do livro) sobre orçamento de design e também sugestões de gráficas. vcs têm alguma sugestão, pensam em alguma gráfica? seria bom termos isso pra próxima reunião, ao menos os contatos e os pré-orçamentos da impressão.
pensei em nos reunirmos no dia 19/11, uma 5af, das 19hs-21hs, e depois na última semana de elaboração do projeto, na própria 2af, que é dia 23/11. das 16h30-20hs. vejam aí se esses horários são bons pra vcs.
sugestões.
beijos e boa-semana
e ah: Re, vamos no seu carro, na 6af, pode ser? Podemos sair de sp às 15hs...? Não gosto de estrada + escuro + automóveis.
e outro ah: vcs estão animadas pro findi???? preciso de pique, de gente acreditando... ahhhhhhh
rosa
from: erica zingano
to: Roberta Ferraz
date: Thu, Nov 12, 2009 at 7:43 PM
subject: Re: fio, fenda,,,,
queridas,
talvez dia 19/11 eu não possa, por conta da dissertação
(acho que a rê vai estar viajando né?)
acho que podemos compensar pra na última semana de elaboração do projeto dando um GÁS e mandar ver tudo! eu não conheço nenhuma gráfica, será que o feso não conhece?
(se for necessário poderiamos nos encontrar 2x nessa semana!)
dia 23/11 pode ser ok para mim, ok ok!
já levamos currículo etc né?
beijos
ez
from: Roberta Ferraz
to: Erica, Re Huber
date: Tue, Nov 17, 2009 at 6:57 PM
subject: pra conversar mais
amigas
passo escaneada uma carta da julia kristeva para catherine clement.
no anseio de mais trocar sobre isso tudo.
espero que dê pra ler, apesar de meus rabiscos.
beijos
ps. a carta está no livro de ambas "O Feminino e o Sagrado", livro que diz muito ao nosso estado-em-diálogo pós-anticristo. (Pós...?)
ps2. só a literatura, o amor em correspondência (literal mesmo: carta, palavra) salva...
ps3. hoje estou mais búdica que menádica, menos búdica, não sei, corrimentos, estranhezas, esvaziada...afff....
ps4. as últimas páginas da carta vão no mail seguinte, pois não sei fazer zipnet como a erica sabe.
rosa
from: Roberta Ferraz
to: Feso, Erica, Re Huber
date: Fri, Nov 20, 2009 at 10:12 AM
subject: FW: livro
gente amada
o feso mandou um bonequinho do nosso livro, ainda sem a fenda no meio. gostam? eu gostei! obviamente não consegui recortar e montar, ficou tudo de ponta cabeça, talvez a eriqueta consiga!
fesoooo.... agora precisamos do orçamento COM FENDA e do seu orçamento também, ok?
amor, beijos
beijos a todos!!!! bom findi"""
From: fernando
To: robertafferraz
Subject: livro
Date: Thu, 19 Nov 2009 12:43:11 -0200
Gata,
Segue um pdf com uma miniatura do livro aberto. Isso seria em papel mais grosso. (imprime em A4, recorte e dobre para sacar como ele é, como ele vai girando)
Dentro de cada dobra um caderno de 16 páginas.
Segue tb imagens que mostram como é essa dobra.
Bjs
from: Roberta Ferraz
to: Re Huber, Erica
date: Wed, Nov 25, 2009 at 1:08 PM
no subject
GURIAS
ainda há coisas mil a mexer e tirar e reentrar
tenho que sair agora, então repasso a 1a versão mais-ou-menos que fiz
já peço que vcs metam a caneta e me repassem algo até à noite, ou até amanhã cedo
daí amanhã, 5af, as 19hs, acabamos de vez esse processo-projeto
all right?
ps. imprimi o texto e vou levar pro almoço comigo... sei que ainda falta MUITA coisa, porém o espaço é curto. vamos marcar essas ausênciase os excessos?
amo.
ps. mais beijos
rosa
from: Roberta Ferraz
to: Re Huber, Erica
date: Wed, Nov 25, 2009 at 5:50 PM
subject: adília
gajas
copiei 9 poemas da adília da antologia da cosac; queria adiante conversar sobre eles com vcs,
são os meus prediletos da antologia
eriqueta podia tambem separar, quando tiver tempo, alguns de sua predileção
amo
from: Renata Huber
to: Roberta Ferraz, erica zingano
date: Wed, Nov 25, 2009 at 9:21 PM
no subject
Queridas,
acabo de reler o texto do projeto e rô, tá foda, sim, super objetivo, sincero, profissa !!!
agora me sento, e se rolar, escrevo algo...
beijos animados
rê
from: Renata Huber
to: Roberta Ferraz, erica zingano
date: Thu, Nov 26, 2009 at 1:43 AM
no subject
queridas
segue poemas
esquivos de ontem à noite
depois do encontro desencontro
com amigas de há séculos
beijo beijo
rê
I
o que elas fazem do desejo
desenha a cena
ancestral
um quarto oco
para a posse
dos maridos e eu diria
onde o espelho
espartilho
o feminino
acuado
II
sobre as fraldas
maternais
e o excremento
dos bebês
me vejo passar
mulher de fugas até a sombra
dos espinhos ecoando
III
perdida entre os pássaros
e os galhos secos
ecoando
me defendo
asa oculta
estradivária
que a lua surpreende
IV
qualquer coisa como um golpe
de esquizofrênico linguajar
um serrote do outro lado
adensando a vigília
(ou a lua craniana
com suas garras
inequívocas)
from: Roberta Ferraz
to: Re Huber, Erica
date: Thu, Nov 26, 2009 at 10:51 AM
subject: RE:
ah
suave partilha do espartilho
ah
novamente desconfio daquele Reis, dizendo 'suave é ser só',
não: suave é a partilha
e agora aquele Rosa, 'a partilha é conjunta mas campinar é sozinho'
sim
gosto muito Rê, já aperece com força uma língua nova em tuas palavras, algo mais cortado e cortante, algo mais quieto, e a força desse silêncio nada suave, silêncio feito a faca, gosto muito
hj a noite, então 19hs, ficamos? é isso?
não se esqueçam de levar: currículo + 2 poemas pra anexar. seria bom levar impresso e digital
kiss
from: Renata Huber
to: Roberta Ferraz, erica zingano
date: Thu, Nov 26, 2009 at 2:04 AM
no subject
O espaço lúdico e agônico das vozes em diálogo, esse jogo literário das identidades em questão, envolve-nos desde sempre. A idéia de escrevermos um livro, de percorrermos juntas os caminhos da escrita, adveio com o tempo, com a confiança e o respeito que conquistamos, vislumbrando, no devir de nossas relações, um horizonte de crescimento pessoal-intelectual...Rompendo com o individualismo, rasgando os véus da autoridade, que ronda a autoria, nosso livro-labirinto espelha o outro que buscamos, os fios da voz que se desdobra, descentrando-nos.....Da troca de e-mails aos encontros quinzenais, o desejo é escrever, habitar e ampliar, por escrito, o espaço das relações, tatear os limites, próprios e alheios, ao encontro do real, e aguçar, com a ficção do real, "a empatia de nossos sonhos a teatro"...(rs)
& etc
ps2: pensar a forma, função
o projeto-esboço gráfico vai anexo ?
beijo sonolento
e amor
rê
from: Renata Huber
to: Roberta Ferraz, erica zingano
date: Thu, Nov 26, 2009 at 2:10 AM
subject: ednapozzi
La transparência (Edna Pozzi)
Y poco a poco, se ata los clavos del silencio.
Esa membrana clara y opaca, lo recibe y lo estrecha
enamorada. Íntima, esclava, la otra voz regresa
como una madurada rosa, un espejo abierto en dos,
profundo, desarmado.
Desde que Adán habló, la dispersión, el alto
goce fragmentario, los símbolos pasajeros e insignificantes.
La propiedad violenta y sensual. Ahora, vuelve, espera,
se reencuentra en monólogos plurales, camina,
no repite, se inventa.
Y entonces, está muerto
...
from: Renata Huber
to: Roberta Ferraz, erica zingano
date: Thu, Nov 26, 2009 at 3:34 PM
no subject
queridas
putz
acabo de sentar para escrevinhar o cv e travei...nasci com 27 anos, yes....sou formada em fugas, rs...
hoje sim, chego as sete em ponto e tenho de sair pouco antes das 10, mas posso voltar depois, atravessar a noite no batente se for preciso...
rô, "afundar cidades, fruto proibido em se perder...." amei esses seus poemas, imagens fortes, claras, in the cage
beijoooo
rê
from: erica zingano
to: Renata Huber, Roberta Ferraz
date: Fri, Nov 27, 2009 at 1:45 PM
subject: Re: impossible
ah,
gente a entrega final é 01/12 terça-feira
segunda ainda é um dia antes então ok mesmo entregar segunda!
beijos
ez
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