Conversa sobre o livro na TV São Judas







Date: Thu, 28 Apr 2011 13:46:17 -0700
From: tvsaojudas
Subject: Exibição Arteletra Literatura
To: robertafferraz

Oi Roberta,

O programa Arteletra Literatura que você gravou com a Érica, irá ao ar neste domingo (01/05) às 21h00 pelo Canal Universitário (CNU),11 da NET analógica e digital, 71 da TVA analógica, 187 TVA Digital.

Segue abaixo release e horários alternativos:

Arteletra - Literatura – domingo – 21h00
Horários Alternativos : 
2ª feira – 14h30
3ª feira – 04h00
4ª feira – 00h30
6ª feira – 06h30
sábado – 12h30

domingo – dia 01/05 – 21h00
Fio, fenda, falésia

O Arteletra Literatura recebe as poetisas Érica Zíngano e Roberta Ferraz, autoras do livro - Fio, fenda, falésia. Elas falam sobre criação em conjunto, fio de pensamento, e a forma em três tempos em que o livro foi escrito: um texto paradigma de Fernando Pessoa, uma prática surrealista dos cadavres exquis e viagens em conjunto para Ilha Bela e Fortaleza. As poetisas recitam e explicam, ainda, como foi pensado o layout do livro, chamado de cadernos giráveis. Apresentação de Maria José Petri.

Grato,

Renato Ricarte
Produtor Arteletra Literatura
TV São Judas
email: tvsaojudas@yahoo.com.br
site: http://www.usjt.br/midia/tv/
tel: (11) 2799.1968
(11) 2799.1999 ramal:1304 das 14h00 às 18h00.


aqui tb: http://www.usjt.br/midia/tv/arquivo_arteletraliteratura.html

Leitura, no lançamento em Fortaleza, CCBNB 2011

em São Paulo: Lançamento


Saiu uma notícia aqui

eu te deixo um traço, um rastro...

"A espuma só parece ser fresca a quem a julga uma... Tudo é muito e nós não sabemos nada... 
Quereis que vos conte o que eu sonhava à beira-mar?"

Fernando Pessoa, O marinheiro


O livro fio, fenda, falésia nasceu de seis mãos, encontros dos corpos de Érica Zíngano, Renata Huber e Roberta Ferraz, escrevendo pelo desejo de mistura, para não delimitar ou demarcar onde acaba um corpo (de escrita) e começa um outro corpo (se escrevendo). Essas fronteiras tornam-se borros, e pensar o borro como borrão traz a imagem de um poema ainda inacabado, mas sempre em estado de escrita, no cerne do processo, no fluxo da experiência. A experiência como prática de partilha aflora no imaginário pelo teatro, porque o teatro é o lugar onde se dá a ação, o acionar e o reacionar, e  por isso a cena de escrita do livro monta-se a partir de um texto-paradigma de Fernando Pessoa, O Marinheiro (1914). Além disso, também há uma prática surrealista rememorada pela escrita dos cadavres exquis, que agregam as várias mãos num só poema criado coletivamente, abrindo o poema para o nós. Outro eixo que movimentou a feitura do livro foram os deslocamentos: viagens em conjunto empreendidas para Ilha Bela e Fortaleza, onde a vivência configurou-se como um fazer-estar entre lugares, reafirmando a não-fixação  do poema, enquanto o livro elaborava-se no curso do tempo. Agora, o livro impresso, junção de três cadernos giráveis, uma paisagem que se desdobra para o olhar do outro, afirma a alteridade como uma possibilidade de abertura do eu e da inscrição do nós, onde assinar os poemas torna-se um capricho absolutamente desnecessário - senão como indício, uma deixa que convida o leitor para atravessar as páginas procurando as marcas já desfeitas de uma noção de identidade.



                            ritos fúnebres
                                                    érica zíngano
 

charneca
           pode ser o nome do lugar
carniça
           pode ser a imagem tomada de empréstimo
chapinhar
           pode ser o verbo usado para escrever
chama
           pode ser o método de aproximação
chão
           pode ser o caminho de areia movediça
culpa
           pode ser o resquício escondido nas palavras
chuva
           pode ser o intervalo entre um verso e outro
chave
           pode ser o motivo para guardar um segredo
caranguejo
           pode ser quem dá com a língua nos dentes
corda
           pode ser o parâmetro para esticar a escrita
cavalo
           pode ser coruja, pássaro, prenúncio da noite
como
           pode ser a tentação da metáfora
           mas, de qualquer modo,


                                                                                                                                                                                                                                                                               não há salvação                           




o que sonhamos
renata huber

O que sonhamos está escrito e repousa na memória. O livro, o mundo, cada sílaba e cada imagem pode agora despertar. No coração de uma noite, na intimidade movediça dos amantes já dispersos, a música será leve. Uma concha ressoando, uma árvore, um fio. Um fio e saberemos as armadilhas da ternura, a tessitura singular e nossas vozes ao encontro. Em cada boca a paisagem que tecemos e habitamos, as fendas desferidas assediando os oráculos




3 carpas
roberta ferraz

bordejar fio à pérola
na exata fronte lupanar

ladrilho d'ouro, saia fulgurante
negro é o encaixe

descemos as contas até o enigma

a garganta em feixe amarelo
escorre entre os seis seios

essa metrópole tonta
e viscosa
e endereçada às mortes

esse disco esse um a um
olhos do gato saliente
um a um no fio da vértebra

sozinhas

para a noite
 

apresentação no SIMPOESIA 2010, Casa das Rosas - São Paulo

parte I



parte II



Simpoesia 2010

deslocamentos: caminhos para fortaleza



From: Roberta Ferraz
To: Re Huber, Erica
Date: Tue, Jun 8, 2010 at 2:32 PM
Subject: RE: prolongamento prazo PROAC n. 15

mujeres de la vida

tenho news do FIO FENDA! news estrondosas!
1) é que tá tudo em dia, e amanhã mesmo mando a carta abaixo, pedindo nossa prorrogação!

no mais a grande news é a seguinte: esse findi dediquei todo ao fio fenda, e montei um calhamaço (180 páginas!) com o material que já tenho aqui. fiz um esqueminha: textos programáticos e explicativos; emails; textos cadáveres coletivos; textos meus da Ilha; textos meus do continente (fora da ilha); textos que citamos ou usamos (tipo a sylvia plath). Imprimi em formato livro, encadernei e agora tô levando pras europa e decidi que a ele que me dedico nesta viagem!
isso me deixou tão feliz, meu lado virginiano (casa 6) fica radiante quanto entrevejo uma ordem no caos! apesar de amar o caos! (mas o caos com rigor, né?) (rs)

enfim, mando pra vcs anexado o calhamação.

eu sei que é exagerado e etc, mas isso também faz parte de mim... (mais rs)

ps. a parte minha de textos continentais é apenas uma coletânea de textos não trabalhados. ou seja, pouca coisa tá pronta ali e obviamente eu não tenho a expectativa de publicar tudo. mas coloquei tudo ali pra ver o que entra o que sai e trabalhar nos textos. tá tudo naquele estágio estigma, marcas, sinais, rastros iniciais...

mas... começa-se assim, não?

ah, amando muito vcs.

amando muito.

ps. alguns emails ficaram com uma configuração maluca, voluntária do computador. eu não mexi em nada, deixei sair como saiu. rs.
re re, temos que incluir seu novo email no CALHAMAÇÃO. (ou ENCALHA-maço). depois escrevo respondendo-o diretamente,
belo belo belo


beijos cor-de-rosa


Subject: Re: prolongamento prazo PROAC n. 15
To: robertafferraz
From: ktomac@sp.gov.br
Date: Tue, 8 Jun 2010 13:14:36 -0300


Oi Roberta, como vai? Nos envie uma carta A/C Tatiana Duarte, citando nome do projeto e proponente. É só explicar o motivo da prorrogação e solicitar. O novo prazo do projeto citado, com prorrogação, se estenderá até o dia27/12/2010.
Att. Kenia Maciel TomacSecretaria de Estado da CulturaPrograma de Ação Cultural – ProAC
Rua Mauá, 51 sala 205 Luz CEP 01028-900
e-mail: ktomac@sp.gov.brtelefone direto: 11 2627-8275www.cultura.sp.gov.br

Roberta Ferraz
em 07/06/2010 17:56:40
Assunto: prolongamento prazo PROAC n. 15

Texto da Mensagem
olá, tudo jóia? tive meu projeto aprovado para o proac 15, publicação de livro, em dezembro de 2009. gostaria de saber como devo proceder para pedir aquela prorrogação de 03meses para entrega do livro. (projeto FIO, FENDA, FALÉSIA) aguardo retorno
abraços Roberta Ferraz

From: erica zingano
To: roberta ferraz, renata huber
Date: Fri, Jul 16, 2010 at 4:40 PM
Subject: aceno de mãos

meninas,

estou aqui
(há alguns dias
e continuo nisto -
a traçar fios
entre nossas escritas

vasculhando cadernos
papéis ideias e-mails
percorrendo tempos

e textos anteriores
para entender 


o que iremos puxar


juntas, agora)

nesse processo imenso

de rever
para projetar o livro
como um sonho

caí em inúmeros lugares
de pensamento:

todas nós atravessamos fortes mudanças 

em 2010

eu retorno, ceará,
dissertação
                        roberta maranus e o abandono
                                       (onde tudo começou)
     renata amor, casa, teatro

& sala de ginástica


pois

cada uma a seu modo
enfrentou seus próprios 

redemoinhos

(acho que o livro irá trazer consigo
a marca das nossas metamorfoses)

o livro que estamos projetando
- em parte falido pela conjuntura do ano

os silêncios da distância -
permitiu outro tipo de processo

pleno de desdobramentos

estou remexendo em toda escrita

que me acompanhou 

e ainda me acompanha

em nossa decisão de fazer

um livro a três


pedaços que fui reunindo

do meu lado


quando disse sim

antes ainda da ilha bela

até então


nisso percebi dois movimentos

(muito claros para mim

e já me desculpem os esquemas)


                            do coletivo para o individual

e do individual para o coletivo

tivemos o maranus
e a ilha bela 
onde praticamos
no encontro 
a leitura e escrita em conjunto
os cadáveres esquisitos


e nossos fluxos particulares
solitários

comecei então a reunir
para pensar 
o que eu poderia levar
para esse novo momento

agora em fortaleza
que ainda se abrirá 
para nós
desconhecida

rever por esse ângulo me fez entender 
o livro que estamos escrevendo 
juntas e separadas - ao mesmo tempo

enfim,
este email é apenas 
um aceno de mãos
de passagem
para pensarmos em uma data 

agora em agosto 

para a viagem-trabalho
e montarmos um livro possível

(agora em silêncio 

sigo em  escrita


pensando)



adorei o calhamaço 

roberta,
pq ele traz as marcas 
de todo o processo-coletivo 
que partilhamos em escrita
desde o início


um beijo enorme
sim sim
ez

from: Roberta Ferraz
to: Erica , Re Huber
date: Sat, Jul 17, 2010 at 10:08 AM
subject: RE: aceno de mãos

mujeres


voltei, aqui, ainda entre os papéis, voltando aos poucos, cheia de sono e de calor
apesar do gelo de sampa, feliz entre amor e gatas e feliz com as novas que virão

contarei tudo breve em breve longo longo a viagem, cheia de calma
tenho saudades

feliz que nos veremos logo, e pra adiantar propostas, proponho:
pensei a viagem entre os dias 17/08 (3af) a 22/08 (dom), o que vc diz, eriqueta? é bom pra si?
e tu, renatinha? o que acham? estou com o gatilho na mão, só mais um aceno de vcs e eu compro a passagem.
vambora?

essa semana volto pro calhamaço fio fenda.

ainda meio dispersa do que ele é e do que será
mas com uma coisa que eu aprendi nas minhas experiências de publicação: que o livro se diz depois que já é
eu entendi os meus livros sempre depois, depois deles existirem, parece que a mágica se completa
e ele diz seu nome, ele se pronuncia, e a visão ocorre,

enfim, não sei, só sei que está tudo bem, que tudo irá continuar em seu bem, com diferentes estratos de compreensão
e diferentes horas, tudo bem, bem

no calhamaço
eu repassei textos meus, muitos que estarão fora do livro, claro
os que coloquei ali para ver qual queria ficar e qual não queria
para sentir um depois do outro, sabe?
mas é tudo material cru, tudo ainda que estou a fazer

acho que seria bem legal se, em fortaleza, a gente já tivesse, ao menos os nossos textos pessoais mais limpos, enxutos, mais prontos
o que vcs acham?
estou pensando nuns 15 poemas meus, que vou separar depois de trabalhados, para mostrar a vcs
e depois pensei que desses 15, poderíamos escolher uns 5 que serão ainda postos às mãos coletivas
ou seja, uns 5 desse conjunto que eu vou deixar aberto para que cada uma deixe ali seu verso, faça ali sua mudança
ou o que quiser

o que vcs acham disso? porque assim a gente faria gradações do eu ao nós, do coletivo ao individual, como pontuou ez
haverão os textos totalmente individuais, os semi-individuais (esses ofertados, como aquela idéia da oferenda de paisagens) e os coletivos.

acho também que a gente, além de levar uma quantidade x de poemas pessoais (15-20?), poderíamos levar propostas de pequenas mudanças nos nossos textos coletivos, saídas paras os cadáveres, no que eles tem de aleatório demais, o que vcs acham?
como se a gente fosse 'traduzí-los' e aí, em fortaleza, apresentamos nossas traduções e elaboramos o cadáver final. sim?

enfim, são sugestões de trabalho, porque agora, meus amores, agora é a hora, rs

depois em setembro já começamos a parte física do livro, e aí temos até dezembro pra lançá-lo.



muitas saudades
e muitas muitas saudades
de vcs

coisas mil.... europas... as três graças sempre perto...
ahhhhh, coisas mil

ez te ligo no comecinho da semana, pode ser? hj fico com o má, acabando de decorar o escritório novo dele e depois, à noite, temos um casamento; amanhã o feso faz almoço arroz e feijão pra mim, ufa. rs. Re querida, cadês? desencontramos ontem, estava ainda cansadona do retorno, estarás aqui amanhã? vamos no Fe? vamos, vai.

espero a escrita de vcs
muito amor, ez e re

rosa

from: erica zingano
to: Roberta Ferraz
date: Sat, Jul 17, 2010 at 11:42 AM
subject: Re: aceno de mãos

querida,
acho tudo ok

de repente apenas voltar na segunda
porque de repente se a gente vai pra alguma praia
a gente tem o domingo juntas

o que acham?
acho ótima a proposta dos 15 a 20 poemas
e pensar sobre o coletivo
estou fazendo poemas que considero divertidos
e talvez fiquem interessantes
(estou muito feliz 

e fico imaginando o livro pronto

enfim,

uma alegria da criação)

de qq forma aviso  

tudo depois do dia 10 de agosto é bom
e já estou arranjando as coisas para acomodá-las melhor

com todo o meu carinho (rs)
e vamos sim badalar em nossas escritas
e paisagens

estou morrendo de saudadeeeeesssssss

rô, liga qd for bom pra vc
estou ansiosa pra que vcs cheguem logo
de repente liga pra rê e combina com ela por tel
a coisa das passagens
(acho que o qt antes melhor)

vejam aí 

e me comuniquem

um beijo enorme
ez

from: Renata Huber
to: Roberta Ferraz, erica zingano
date: Mon, Jul 19, 2010 at 6:25 AM
subject: mortefeliz

Tive um sonho maluco com vocês esta noite. Estávamos ali, alagadas, numa casa de pedra de frente para o mar. Um homem barbado trazia-nos os baldes e nós corríamos com os livros escutando Rachmaninov. É um plano suicida, pensei por um instante, e deixando-me levar por obscuros pensamentos vi meu corpo sucumbir à correnteza do lugar. Contra o avanço da água eu lutava com bravura agarrando-me às paredes e gritando para o homem. Com os baldes carregados na altura da cabeça vocês andavam sobre a água olhando o vazio. Pareciam orgulhosas. Os livros eram o máximo da salvação para vocês e ninguém escutava o meu grito de horror. Vocês estavam certas. Ao acordar eu disse xô e abri os e-mails. Uma viagem ao futuro estava sendo anunciada. Fortaleza era o nome explícito do lugar e os nossos nomes uma teia em meio à nevoa da manhã. Lembro de sentar e ensaiar uma carta, de escrever-lhes a discrepância do meu estado emocional. Começava com "a" e terminava com um soco. Daí eu disse: cada um no seu tempo e a solidão necessária. O sonho, inventado, cheirava a óleo e sacristia, um sopro cristão trazido à tona de propósito. Eu provoco, eu juro. Tudo beira o caos apocalíptico dos encontros. Me perdoem é um modo desconjuntado de falar, mas seja como for me perdoem mesmo assim. Por falar em salvação. Por evocar o nome de. Por serem todas menos eu, etc, etc. "Batatas e Pizarniknão faz o meu tipo" é um versinho que escrevi e disse ó: ao trabalho ! Eu amo essa mulher e isso não importa. Eu não vou à Fortaleza e isso tanto faz. Tudo dói e eu porra: assumo isso e aquilo sem saber o que é. Não faço idéia do que seja a maravilha do encontro. Eu sinto assim e digo assim porque assim é abstrato e eu adoro abstrações. Lugar nenhum. Coisas. Questões como trepar e muros ao mesmo tempo.


From: erica zingano
To: Renata Huber, roberta ferraz
Date: Mon, Jul 19, 2010 at 8:49 AM
Subject: Re: mortefeliz

que sonho!
mas penso que os livros são também
nem mais nem menos
são também
sem hierarquia
nem melhor nem maior
tampouco pior ou menor
os livros são também
além de nós
algo que deixamos no mundo

além de nós

fiquei um pouco triste

com tudo isso
- pq vc não vem?
(não acho que seja tanto faz)
fiquei um pouco triste
- vc não ficou?

enfim

bez

from: Roberta Ferraz
to: Erica, Re Huber
date: Mon, Jul 19, 2010 at 10:48 AM
subject: RE: mortefeliz

minhas queridas, re e ez

estou ainda zonza, manhã, ontem teve cassoulet no feso, e estou ainda zonza
sem entender bem quais são os nossos planos
seu email é lindo, re, é, espanca, acorda alguma febre, diz alto, grita
só não consegui pegar onde acaba o sono e começa o futuro
onde o sonho fica guardado e o sol se abre
não entendi Fortaleza, o que se passa? fica tranquila, please, mas conta-me mais
elucida

o fato é, precisamos nos encontrar
se não for agora pode ser um pouquinho depois do agora
só sei que esse encontro está aí marcado
porque um ano atrás nos demos a mão juntas
e plantamos essa semente de água

afundar ou boiar são maneiras apenas, não é?
maneiras de experimentar a água
(de gozar) (morte feliz)
não sei quais são as margens deste teu sonho, Re
quais são as margens destas águas, o que queres

estou aqui, chegando ainda, na espera, na escuta
qualquer aceno já me é uma salvação

porque

porque é

e eu espero o teu aceno, re amada

a tua voz

ez querida, querida

até logo, mulheres
e boa 2af

rosa

from: Renata Huber
to: Roberta Ferraz, Erica
date: Tue, Jul 20, 2010 at 12:21 PM
subject: Re: mortefeliz

queridas,
saudade forte de vocês...
ontem precisei gritar e hoje acordei assim, com vontade de abraço e meio esquizocênica, pensando monastérios; tenho dessas, uma vontade doida de me isolar nalgum canto do planeta
ainda não sei meus rumos esse semestre e hoje a noite lhes escrevo, tento elucidar o que venho sentindo do nosso livro e das margens que vamos ampliando
estou no amor, amando muito e espancando muitos muros
tudo será o que tem de ser
agora saio pro dentista e outras coisas chatas.
rô, estou conchinha mas esta semana desenconho e encontramos com delongas e você me conta tudo
ez, estou meio triste meio feliz, vivendo uma certa morte,
depois escrevo
abraço imenso e
love, love, love

from: Renata Huber
to: Roberta Ferraz, Erica
date: Wed, Jul 21, 2010 at 1:45 AM
subject: Re: mortefeliz


queridas,

gozar e morrer, afundar e boiar, tudo somando no quadrado vezes três desse nosso triângulo de vozes etc

pensei em ir para fazenda e escrever-lhes de lá; escuto melhor no silêncio e me sinto mais solta assim, no sozinho compartilhando.

se vocês acharem que eu não ir bagunça as coisas, gritem que eu tento largar a mão de ser esquizo; não garanto, mas tento; se eu não conseguir, vou ter de escrever uma carta apodítica ou então com corolários ex-plicando minhas causas e suas não ligações, em termos de efeito

quero muito que os muros se esfacelem e que façamos das pedras um altar para os pássaros.

não faço a menor idéia para onde estamos indo e digo futuro por hábito quiçá, com a ideia de avançar, nem sempre para frente, e a sensação de estar aqui, nesta "zona indefinida", em muitos bons sentidos.

acho que falta lenha...

sinto que agora, que a hora tá chegando, a coisa pode ir mais fundo com as superfícies de contato; digo isso consciente dos meus muros e espinhos, e aberta para o novo, etc, etc...

beijo beijo e até


from: erica zingano
to: Renata Huber, Roberta Ferraz
date: Wed, Jul 21, 2010 at 9:04 AM
subject: Re: mortefeliz

talvez o seu e-mail tenha sido

o grito que não demos
pq falamos de outra forma
procuramos ver de outro jeito
talvez -

             tão desesperador qt
mas de outro jeito


(nos nossos rostos

aparentemente tranquilos
também habita 

algo de incontrolável)

talvez por acreditar 

que é um processo 

totalmente solitário
não gritei

engoli o grito

- mas esse livro 
não é um livro a três?
então grite!, 
eu poderia dizer

entendo qd vc vai 
pra fazenda
(seu lugar mais seu
íntimo) se ouvir 
em busca das pontas 
pra habitar esse livro 
com seu olhar

entendo 
pq foi o que fiz
voltei pro ceará
e estou aqui
em silêncio
escrevendo
ainda não estamos 
compartilhando 
esse outro momento
de escrita
porque penso que isso 
será em fortaleza
(apesar de estarmos 
dando acenos 
de mãos de longe)

acho que é solitário mesmo 
o processo
de se buscar
e preencher a folha 
em branco
e de aos poucos
ir se transformando

eu, branco
eu, múltiplos de branco
eu, arco-íris branco

mas, na verdade, 
esse não é um livro a três?
- sim, pois,

mas pra sobreviver ao livro 
e sair de lá com vida
entendi que há paisagens partilhadas
e  solitárias

há lugares que fomos juntas
e outros sozinhas

apesar de isso 
ser muito vivo
é da morte tudo isso

sonhei hoje com o meu pai
(o que considero psicanalítico, 
ah-rã)

o sonho era assim
eu ia trocar meu carro por um outro

um fusquinha
daí eu ia num posto 

onde vendiam carros muito velhos
e o rapaz dizia, me mostrando uma lista
a srta. tem que ir em outro lugar
pq aqui vai ser enganada
os preços são mais altos

eu fui nesse outro lugar
era um descampado cheio de carros velhos
tipo um ferro velho
com um restaurante ao fundo
olhava os carros
alguns batidos etc.
e eu dizia que não podia trocar meu carro assim
pq não valia a pena eu ia sair perdendo

entro no restaurante ao fundo
por trás
e vejo meu pai sentando de costas com uma mulher
ele está com os cabelos um pouco grandes
escuto qd o chamam pelo nome
vicente
e eu fico confusa
qd o vejo tão jovem
ele e uma mulher jovem tb

o restaurante é uma pousada
vamos para o quarto de proporções geométricas absurdas
a janela grande como uma porta
a cama afundada perto do chão
(há muitos aclives, mas tudo muito duro
linear, geométrico)
talvez esse lance de idade
mais jovem quarto fora das medidas

o numérico confude

não sei
e eu passo um filme na tv
um filme da minha familia
nele aparece a minha mãe
na tv a minha mãe diz pra câmera
(pq fui eu que filmei)
- não parece comigo?
eu faço um comentário, e digo:
- ela sempre faz isso
daí ela esquece a câmera e chama o professor
(prof. é como ela chama seu atual marido)
eu começo a chorar vendo o filme
ele manda eu parar de chorar
e eu digo:
- mas vc não sabe o que é isso
vc nunca morreu
vc nunca viveu a experiência da morte
pra vc a sua família está toda viva
mas a nossa morreu
qd vc morrreu

e eu acordei seis da manhã com esse sonho

isso é psicanálise
e digo psicanálise (ops!)

pq acho que estamos

cada uma 
vivendo os enfrentamentos de si

e remexendo em nossos buracos

(o texto acaba por levantar em silêncio
esse movimento
o texto traz e transforma

abrindo terreno

arejando)

por mais que tenha esse choro 
aí no sonho
eu ando rindo muito
mais do que chorado 
com meus poemas
------------------------------------------------------------
não preciso reiterar
que a presença de nós três
é fundamental, isso é óbvio

pq vamos viver o fora do livro
na intensidade do que o habita dentro

como vivemos na ilha

sabemos que o fora é tão importante 
qt o dentro

a angústia da ilha, pra mim, foi compreender 
que um livro a três era impartilhável
e por isso a solidão e o silêncio
que se abriram depois

mas aos poucos
fui entendendo que um livro a três 
é possível
nas formas que experimentamos
na feitura dos cadáveres
nos exercícios de paisagem


levando pra dentro 
a mão do outro conosco
encontrar veludo, cera

------------------------------------------------------------
fiz exatamente isso
li o calhamaço
li os textos soltos sugeridos
li nossos e-mails
e estou aqui com um bloco de rascunho
borrando poemas
remexendo em matéria
pra limpar a vista e trazer linguagem
pq nosso encontro
dentro do que tudo é
é linguagem
é poesia
e vai ser tb livro
nossa inexperiência disso

(penso que é como andar de bicicleta
e fazer amor pela primeira vez
sempre um prazer de vento)

------------------------------------------------------------
renata, exquisocênica,
vc não é nem louca de não vir pra fortaleza
óóóó

vai ser lindo
vai ser praia
vai ser sol
vai ser vinho
vai ser cerveja
vai ser texto

vai ser linguagem


vai ser poema


vai ser montagem
vai ser o que for
vai ser
vai ter que ser
óóóóó

------------------------------------------------------------
bez

from: Renata Huber
to: erica zingano, Roberta Ferraz
date: Wed, Jul 21, 2010 at 6:35 PM
subject: Re: mortefeliz

ez querida,

suas palavras me tocaram e amanhã escrevo mais, sentindo a maravilha dos encontros novamente e lembrando-nos na ilha bela...

cada sonho é uma revelação, sim
ainda respondo me detendo ao sonho que contou-nos
da pousada como lugar de pouso, repouso
em viagem
do restaurante como lugar de alimento e digestão
dos renascimentos

ez e rô

entre angústia e tranquilidade escuto agora cada grito com o coração e os pés .

vontade de dançar o indomável com vocês
e ler Agamben com vocês

vou pensando em Fortaleza...

abraço forte em cada uma


from: erica zingano
to: renata huber, roberta ferraz
date: Mon, Jul 26, 2010 at 2:48 PM
subject: sim,

meninas,
fico feliz demais com a vinda
e o trabalho tendo sequência
o livro se construindo
com tudo ao redor 

encontro-convívio

enfim

rô,

me passa direitinho depois 

as datas horários voos etc.
pra eu me organizar por aqui

ainda é incerto 

não sei se irei com vcs pra jeri
mas na semana juntas
iremos pra outras praias perto 

garanto

fico feliz pela felicidade
do trabalho
em dividir horizontes
e olhares

(rô,

chegou por aqui seu cartão-polvo
tão lindo
fiquei emocionada
muito)

enfim
beijos beijos
meninas

estou por aqui

- qq coisa gritem! -
tramando fios de trabalho
em escrita

beijos
ez

From: Renata Huber
To: erica zingano, roberta ferraz
Date: Sat, Jul 31, 2010 at 11:43 AM
Subject: Re: sim,

queridas,
estou feliz com nosso encontro em fortaleza, animada com os fios e hoje assim, carente de abraço, indo pra fazenda debruçar o calhamaço, levá-lo a passear, tomar ares, enfim, escrevo e mando textos de lá, o que vier...
não fossem as amigas eu tava F...
uaaaaauuuu (quando a coisa emperra vem o grito, aquele, do teatro, um exercício das entranhas...ufa)
beijão e inté

from: Roberta Ferraz
to: Re Huber, Erica
date: Mon, Aug 2, 2010 at 9:31 AM
subject: RE: sim,

amo amo amo absolutamente nós três
coisa linda nós três

ps. eriquets te ligo hj sem falta - e claro que rodos vamos para JERI!!!!!!!!!!!!!! -

hj ligo
amo amo amo

from: Roberta Ferraz
to: Erica, Re Huber
Date: Wed, Aug 18, 2010 at 10:22 AM
subject: sonho

acordo agora dormi densa, sonhei:

estava com érica numa praia de encosta, asfaltada
parecia o rio com salvador, era uma praia que eu já
visitei em sonho,
havia algo estranho na atmosfera, um longo silêncio
compartilhado, nós duas
andávamos em direção a uma casinha de enfermagem
que existia ali

lá se podia morrer, era um lugar que acolhia pessoas
que queriam morrer, como se o suicídio tivesse
sido, enfim, burocratizado e facilitado, saído do
tabu

nós decídiamos que íamos morrer, éramos bem jovens
como somos
havia compartimentos, como provadores de roupas em loja
em que cada um morria como quisesse
erica preferiu tomar na veia uma injeção de 15ml
de um líquido inflamante
eu ainda estava em dúvida se queria ou não morrer
por mais que não fizesse sentido, naquela ocasião,
não morrer. eu não sabia, tinha medo do momento
em que o corpo se descola da vida
tinha medo de isso ser lúcido como um rasgo
e ser assim inesquecível
por muito muito tempo

érica não tinha medo, estava decidida. foi na frente
entrou no provador e duas enfermeiras deram a ela
a injeção. eu não aguentei ver aquilo tudo e
pedi uma injeção de apenas 5ml, e logo que
tomei fiquei tonta e caí. abri a porta do provador
da érica e ela caiu no chão, para fora, nua e morta.

fiquei horrorizada, e ainda estava meio 'drogada'
do remédio que haviam injetado em mim, que eu pedira.
saí chorando pelas ruas, fui voltando para casa
nessa ocasião parecia que eu era mais jovem, quase
uma adolescente, e que havia um apartamento
de uma tia ali, que eu poderia usar para telefonar.

pensei em como contar para a mãe da érica. chorava
muito pela dor dela. imaginei que ela não entenderia
a escolha da filha. mas não fiz nada. liguei para um jornal,
e descobri que a lista dos 'que escolheram morrer' naquele
dia iria sair impressa no jornal do dia seguinte. o nome
da érica estava lá. tentei impedir o jornal, estava num
desespero que é assim: vc roda roda roda
não há eixo nem centro não há pilastra
vc roda roda e as coisas parecem facas ao teu rodar
as vozes não são límpidas, é como estar drogado
no inferno, num vulcão sem sentido

nesta hora, anoitece. estou num campo verde
um vale muito distante dali. há um 'close' cinematográfico
no rosto da erica, adormecido, como morto. mas o rosto
brilha, há pequenos pontos de luz que parece sair das
fendas da boca e dos olhos, como a metamorfose da lagarta
em borboletas

de repente, ela abre os olhos e se levanta e está toda
de branco

feliz. ela diz-me que aquele líquido inflamente injetado
poderia ser de morte, mas não era - e ela ri, leve
eu então trago uma mala cheia de presentes

nessa hora visito o quarto em que a Renata toma banho
está nua dentro da água.
eu entro, ela me vê, eu abro a mala sobre a cama
eu cantarolo, ela continua no seu banho, estamos
bem, é clima de festa. digo-lhe que erica está bem,
ela sorri, eu vou tirando presentes de dentro
da mala e pego um livro da llansol

vou até o banheiro onde renata se banha
e começo a ler e o livro era um livro erótico
místico e cada vez que a voz dizia 'lápis'
uma força viril fecundadora tomava dimensão
no vazio
depois alguém me chama. eu saio de lá, é o
vale, o jardim, haverá um baquete ali
erica roda sozinha e leve pelo jardim
eu vou ajudar as mulheres que chegaram
(gente da minha infância profunda)
a arrumar a mesa. lembro que eu trouxe
flores na mala. volto à mala e vou recolhendo
as flores, muitas flores, todas pequenininhas
e delicadas, mas variadas.

peço à Re que arrume um vaso e ela monta
uma banheira de água para as flores, eu rio
porque as flores são pequenas e a banheira
é imensa. então eu vejo um dedal de ouro
numa prateleira e pego-o, a Renata põe
água nele, e ali eu coloco as flores.

coloco o dedal no meio da mesa.
as pessoas tiram fotografias. eu me vejo
numa das fotografias e descubro que estou
com tranças no cabelo e vejo que estou feliz
na fotografia. brinco ao redor da mesa,
há crianças agora ali. Erica está ainda
no jardim, debaixo da noite.
A Re senta-se numa das pontas da mesa
e começa a conversar com outras pesssoas.





acordo, quarta-feira, dia 18 de agosto de 2010.

From: Renata Huber
To: Roberta Ferraz , erica zingano
date: Fri, Aug 20, 2010 at 1:31 PM
subject: entreocucoeovelotrol

Era um velotrol. Laranja. Nós brincávamos na garagem. Um corredor, um sonho. Sim, era isso. A casa estava à venda e escutei alguém dizer,
o avô morreu: não chores !

No canto esquerdo da imagem
entre o muro e a porta
uma senhora de bigode sorria para nós, mastigando,
de boca aberta, uma gravura ou algo assim
de outro século
talvez
com cavalos impressos e armaduras em relevo.

A cena foi bizarra, assustadora, surreal.
Lembro da boca,
uma coisa cavernosa de onde o sangue escorria
com cavalos derretendo. Derretendo,
sim,
cavalos e galinhas como um quadro de Chagall

A boca cavernosa, imensa, murchando, esvaziando até as rugas formarem uma cruz, a suástica escancarada ditando monossílabos
enquanto o sangue escorria

a casa, a voz
um cheiro de morte e os lençóis empapados

antes o velotrol. É, era isso: duas crianças brincando na garagem, e os cavalos novamente, sempre os cavalos e as armaduras em relevo

cavalos e galinhas

galinhas

onde ?

...............................................ontem, na cozinha, eu vi:
o bicho degolado de repente olhou para mim

enquanto eles discutiam o futuro da família,
acordei,

e depois: nada.

Um relógio, é verdade, ainda havia o relógio estapafúrdio
entre nós
o cuco eletrônico dando as horas
& etc.

From: Roberta Ferraz
To: Re Huber, Erica
Date: Fri, Aug 20, 2010 at 2:39 PM
Subject: RE: entreocucoeovelotrol

belo bela essa voz nova em tua visceral garganta
amei re!
uma mistura cinema americano, lolita 70', chevrolets côr de caqui,
true blood, texto de teatro, faulkner, e surrealismo

amei

from: Roberta Ferraz
to: Erica, Re Huber
date: Tue, Aug 24, 2010 at 3:34 PM
subject: the terrible part
xuxus

ez nosso voo é domingo, dia 29, lua saindo de áries entrando em touro
voamos TAM e o voo é das 11h05 às 14h25. direto.
pega-nos?


Eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

From: Renata Huber
To: Roberta Ferraz, Erica
Date: Tue, Aug 24, 2010 at 4:11 PM
Subject: Re: the terrible part

queridaaas,
princípio de gripe, dormindo muito para estar zerada até fortaleza
super fecho jeri e espero que ez, você mude de idéia e vá também, sério, são poucos dias e a gente dá um jeito, você leva seus estudos...como você disse pra mim, você não é nem louca de não ir,
estou ansiosíssima, criança dorminhoca e ansiosa
beijo beijo e inté

from: erica zingano
to: Roberta Ferraz, Re Huber
date: Tue, Aug 24, 2010 at 5:00 PM
subject: Re: the terrible part

queridas, CLARO que pego vcs
CLARO
mas qual é o número do voo, rô?


ó, é sério
não sei se poderei ir pra jeri
eu não estou de férias
e abri uma super brecha
- fenda forte -
pra receber vcs aqui
e trabalharmos no livro
fiz um acordo com a paola
que me liberou
pq eu ainda tô dentro do trabalho

dissertativo-cansativo
ou seja
LOUCA
mas tudo sob controle

ok
só não vou garantir jeri
e espero que vcs entendam
é difícil pra mim
tb
mas eu estou num momento delicado
enfim


espero que vc melhore renata


ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

(estou meio LOUCA como vcs podem ver)
hahahahaha

bez

from: Roberta Ferraz
to: Erica, Re Huber
date: Tue, Aug 24, 2010 at 5:49 PM
subject: RE: the terrible part

negucha ez
ok ok
tudo no seu tempo na sua brecha
tudo se dando se dará
reeeeeeeeeeeee melhoras xuxu. ontem lili ficou até umas 23hs e depois capote.
e mesmo de qquer maneira vambora nós pra jeri porque o marcelo ta contando com a ideia de eu não ficar no pé dele
ou seja o gajo quer ser livre para o mar
então eu lhe dou minha companhia renatinhaaaaaaaaaaaaa
mas ez vamo vendo, quem sabe?

uau


rosa

from: erica zingano
to: Roberta Ferraz, Re Huber
date: Tue, Aug 24, 2010 at 8:48 PM
subject: Re: the terrible part

cheguem LOGO 

gajas
                 LOGO

- RÔ, QUAL O NÚMERO DO VOO PÔ?

From: Roberta Ferraz
To: Erica, Re Huber
Date: Wed, Aug 25, 2010 at 9:17 AM
Subject: RE: the terrible part

ok ok eu me rendo...:

(rs)

o número do voo é TCHATCHANTCHANTCHAN



JJ3848





OH YES

From: erica zingano
To: Roberta Ferraz, Re Huber
Date: Wed, Aug 25, 2010 at 10:43 AM
Subject: Re: the terrible part

gente, HOJE 

ainda é quarta-feira
até domingo

vou morrer 

estou um pouco
LOUCÁCÁCÁCÁCÁCÁCÁCÁ


hahahahahhahaha 

knocnofhWEJNWJOzxCADFBqjkwndoi
bIUDBaoidcnOIRUWIONSZLKCznxvoishf

hahahahha
hahahahhahahahaha

bez

from: erica zingano
to: Roberta Ferraz, Re Huber
date: Wed, Aug 25, 2010 at 8:59 PM
subject: Re: the terrible part

CALOR
vestidos e roupas frescas

ok?

From: Roberta Ferraz
To: Erica, Re Huber
Date: Thu, Aug 26, 2010 at 11:01 AM
Subject: RE: the terrible part

hahahahahahahahahahaahahahahaha
achou que ia levar um gorrinho de lã?????? hahahahaah
eeeeeeeeeeeeee tá chegando a hora


from: erica zingano
to: Roberta Ferraz, renata huber
date: Thu, Aug 26, 2010 at 3:21 PM
subject: Re: the terrible part

gente,
vcs não estão entendendo
VAI SER FODA

os poemas
              os poemas
os poemas

FODA

continuo um pouco doida - 

a escrita
endoidece

a cabeça 


endoidece


a palavra


endoidece

não consigo me comunicar direito

continuo um pouco doida -

FODA


doida

doida


DOIDA




tenho que gritar:

CHEGUEM
  
LOGO

CHEGUEM

LOGO

ahhhhhhhhhhhhh

bez